terça-feira, 31 de março de 2009

Conhecem o programa do Bruno Mazzeo?

Aniversário da sogra, a família ruma para Jacarepaguá para a comemoração num bar de um amigo do sogro. Legal! Festa de família, celebração entre amigos, chope, churrasco. Chope e churrasco? Ok. Não tomo chope, não como churrasco, mas sou ótima companhia. Água e alguma coisa qualquer do cardápio do bar me satisfazem. Bom, pelo menos era isso que passava pela minha cabeça até chegar ao bar.
Primeiro é necessário esclarecer que demoramos a encontrar a entrada do bar. Talvez porque bar é uma certa força de expressão. Depois de subir e descer ladeira a procura da porta de entrada do tal local, encontramos o sogro, a sogra e os convidados dentro de uma garagem. Garagem mesmo. Com direito a uma Kombi estacionada caindo aos pedaços com alguma inscrição tipo Taquara-Caxias.
Tudo bem, é aniversário da sogra, festa em família. Senta e relaxa. Os sogros estão animados. A aniversariante espera o churrasco que já começa a cheirar na churrasqueira. Churrasqueira de metal, claro! Eu que como disse não como churrasco estava mais interessada em beber um pouco de água. Água? Como água? Dentro da garagem só cerveja. O bebê sente sede e o dono do bar oferece:tem coca cola, ela quer? A bebê não toma refrigerante.
Água não tem. A fome começa a apertar, não tem cardápio. Tem batata frita, pode ser? Não, obrigada. Não como batata frita.
Mas tudo bem. A alegria da sogra é contagiante. Esperando o churrasco que, assumo, está cheiroso. Mas já cheirava há um tempo e nada de sair. Faminta, a sogra levanta, vai até a churrasqueira de metal e descobre: o churrasco não é da senhora, não. Seu marido não trouxe carne para queimar.
O barraco entre os sogros não dura muito. Não tem comida, mas tem bebida e um vídeoke .Sim, um videoke escondido no canto da garagem. Onde a tia... Espera aí porque a tia vale um parágrafo.
A tia canta. Canta sempre. Em todas as festas de família. No casamento da filha, na despedida do sobrinho, no aniversário dela e dos outros. Então vídeoke e tia são a combinação perfeita para uma noite de diversão. Ou não. O repertório da tia caminha pelas serestas que só ela conhece a tem o ápice quando chega em Ronda (de noite eu rondo a cidade a te procurar). O resto da família assiste e sob pressão do tio aplaude as apresentações.
Sem comida, sem bebida, escutando Ronda. O pior da Cilada é quando ela não vai ao ar no Multishow.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Clodovil piora e está em coma profundo.

Não sei o que me deixa mais arrasada nessa manchete. Se é o estado crítico da saúde do Clodovil ou encontrar essa notícia na sessão de política.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Violência no Rio

Entramos para estatística! Fomos vítimas da famosa violência carioca. Por sorte ficou tudo bem.

Meu marido recebeu um telefonema estranho há algumas semanas. Do outro lado da linha uma criança ou um adulto imitando o choro de uma criança tentava achar um parente: pai, irmão!
Na mesma hora o marido esperto percebeu que se tratava de um trote que já há alguns anos roda o Rio de Janeiro. Uma tentativa de extorsão que já foi parar na capa dos jornais e hoje só deve pegar os mais desesperados.
Com muita calma, meu marido pegou o telefone celular e me ligou enquanto a pseudo criança continuava chorando. Antes que eu pudesse atender, o bandidão pegou o telefone e anunciou o golpe: ela está bem, mas se você quiser que ela fique viva tem que resolver por bem sem envolver a polícia. O passo seguinte seria pedir ao meu marido que depositasse um dinheiro em alguma conta corrente.
Eu atendi meu celular com sorriso na voz, no alô meu marido se certificou que estava tudo bem do outro lado da linha e contou que estava recebendo um trote. Foi quando o bandidão seqüestrador se enfezou: Amigo, deixa pelo menos eu passar meu trote até o final se não a coisa vai virar pessoal.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um pouco de poesia

Eu sou há muitos anos casada com a poesia. Um casamento longo daqueles que as noites de sexo já não acontecem todos os dias. Mas são intensas. Passo anos sem escrever poesias. Em períodos acredito que não mais o farei. Artista dos diálogos, já pensei que tinha me separado da poesia. Mas quando menos espero elas me vem. E falam sempre do que elas querem. Sem pedir licença ou perguntar se é sobre aquilo que eu, conscientemente, quero falar. E foi assim que essa semana nasceu a poesia desse post. Num período que estou as voltas com textos sobre ecologia, política, sociedade. Uma poesia egocêntrica que traduz um pouco da minha personalidade.

Durmo nua sob o lençol.
Eu estou nua sob o lençol.
Ninguém sabe.
Quem abre a porta, olha de fora, não vê. Vê lençol.
Pano branco que esconde a nudez. Nudez total. Sem tapa sexo. Sem tapa olho. Sem tapa nada.
Mas quem olha de perto, por cima, não vê. Vê lençol.
Lençol que marca as formas, desenha. Mas esconde.
Esconde a nudez que se revela para quem entra. Não pela porta. Pela porta não vê.
Para quem entra debaixo do lençol.
E no escuro toca, percebe, conhece e vê que antes não via nada.
A sensualidade por cima do lençol era nada. Era bela, mais nada.
Por baixo estou nua. Desprotegida. Só para você.

segunda-feira, 2 de março de 2009

CLARA NUNES E O FOLCLORE

Queria continuar falando sobre o carnaval e tudo que aconteceu nos dias de folia, mas Clara Nunes veio como um furacão na terça feira gorda (quando o post começou a ser escrito)
Lembro de um domingo de passeio com a família quando depois de levarmos Maiara para brincar nos jardins do Museu da República voltamos pela tão escrita e contada Rua do Catete e parei em frente a uma portinha. Museu do Folclore. A portinha se fez portal e lá dentro um mundo precioso a ser visto.
O museu é lindo! Recheado de peças típicas do artesanato brasileiro e representações de tradições que contam um pouco da nossa história. Há artesanato típico do nordeste, artesanato indígena, utensílios gaúchos, reproduções da fabricação da farinha, da cachaça, de tradições nordestinas, de festas típicas do país. A visita é linda e emocionante. Mas é impossível não notar como as tradições nordestinas aparecem fortes na representação do nosso folclore. Até a música que toca na maior parte dos ambientes é o meu amado forró!
O Rio de Janeiro aparece representado num cantinho com seus Clóvis, fantasias de escolas de samba e personagens da umbanda. Saí de lá pensando nisso e justifiquei para mim mesma que a pouca presença de costumes e peças típicas do Rio de Janeiro se explica pela história da cidade.
O Rio é antropofágico. Desde sempre foi assim. Absorve o que chega de fora e adapta a nossa realidade. E como chegam informações de fora! E como enviamos nossas adaptações para o resto do país. Mas as tradições, costumes e folclore tipicamente cariocas já existem! Deviam estar lá no nosso canto do museu o biscoito polvilho, o mate geladinho como tomamos por aqui, o artesanato feito de lixo que anda fazendo a cabeça de nossos artistas, a feijoada e, claro, nosso carnaval com suas fantasias e alegorias, o samba e a umbanda que tão bem representam a cidade maravilhosa. E quando penso nos símbolos máximos das tradições do Rio de Janeiro é o nome dela que vem a mente. Porque Clara Nunes cantou como ninguém a Umbanda com seu samba. Mesmo nascida em Minas, Clara Nunes é exemplo do que temos de mais tradicional e representativo da cultura popular do Rio de Janeiro. A imagem da sereia vestida toda de branco evocando e cantando a rainha Iemanjá deveria virar estátua e cartão postal do Rio de Janeiro. E como ela não usava óculos, vai dar menos prejuízo ao governo do que a estátua de Carlos Drummond de Andrade que volta e meia tem o apetrecho roubado.
E que surjam outras Claras, Marisas, Margareths e que cantem o samba, a umbanda, o candomblé, as tradições.