sábado, 15 de maio de 2010

De como fui parar novamente na sala do Silvio Santos

Foi na sexta feira dia dez de julho que minha vida começou a mudar. De manhã surgiu a notícia que Tiago Santiago havia recebido proposta para trocar a Record pelo SBT.
Foi Tiago, como contei numa coluna anterior, quem me levou para a Record. A primeira sensação foi de desamparo. Mas não deu tempo de dar vazão a sensação. Em pouco tempo era hora de buscar o bebê na escola e eu fui cumprir a agenda da maternidade.
Na volta a notícia era que o Silvio Santos havia pedido para me ligarem. Queria retomar as negociações.
Volto um pouco no tempo para explicar. Ano passado eu escrevia Chamas da Vida quando o SBT negociou com meu pai e meus tios, herdeiros de Janete Clair, toda obra de rádio da autora. O Silvio quis me conhecer. E eu fui. Afinal, quantas vezes na vida se têm a oportunidade de conhecer o Silvio Santos? Lenda viva da TV.
Antes de chegar ao SBT pensei que não conseguiria conversar com Silvio sem rir. Quem nunca teve um amigo que imitava o Silvio Santos? Quem não conhece seus bordões, sua forma de entrevistar? Mas entendi que era uma reunião de trabalho e que estava indo encontrar com o homem de negócios e não o artista.
Depois de passar pelo Liminha todo vestido de rosa na sala de espera, minha surpresa foi descobrir que o Silvio Santos homem de negócios e o artista são uma pessoa só. Me senti uma colega de auditório ao ser apresentada.
- Silvio, essa é a Renata.
- Muito prazer, Renata. Me deixem sozinho com a Renata. Vamos entrar, Renata?
Entrei, ele me sugeriu sentar. Sentei . E então ele perguntou:
- Qual seu nome mesmo?
Dou um doce para adivinhar o que veio a seguir. Sim, ele perguntou onde eu moro. Não perguntou a caravana, é verdade. Mas perguntou se fiz boa viagem e onde moro no Rio de Janeiro.
O Silvio é o senhor das entrevistas! Ele conduz a negociação ou o programa com a mesma maestria. Consegue do convidado o que quer. Ou quase. Porque apesar dele ter sugerido que eu passasse no departamento jurídico e assinasse o contrato na mesma hora (é pegar ou largar, dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três), não assinei. Estava no meio da novela na Record e meu senso de responsabilidade não permitiria.
Voltei para o Rio com uma experiência incrível na bagagem e muita história para contar. Todos queriam saber como era estar cara a cara com Silvio Santos. Ele fala daquele jeito mesmo? Fala! Ele tem a mesma aparência? Tem!
E quando na sexta dia 10 de julho novamente me ligaram para encontrar o Silvio, não titubeei. Parti com a “caravana” da Lagoa, voei pela TAM e fui parar no camarim do nosso maior homem de TV.
Dessa vez ele lembrava o meu nome. E impressionantemente lembrava detalhes da primeira vez que eu e minha memória de peixinho havíamos esquecido. Fiquei muito a vontade no camarim.
Aliás, o camarim do Sílvio merece um espaço a parte porque é simples e aconchegante como jamais poderia imaginar. Com direito a fogão de duas bocas onde, reza a lenda, ele mesmo faz ovo frito. Não pude confirmar. Não houve momento culinária enquanto estive por lá. Foi apenas uma conversa maravilhosa sobre o projeto do SBT para as telenovelas.
Saí de lá com a certeza que o SBT pretende investir sério. E foi impossível resistir ao pegar ou largar dessa vez. Passei na mesma hora no departamento jurídico, assinei o contrato e voltei para o Rio de Janeiro como mais uma súdita do patrão.

Um comentário:

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